Depois de 3 anos de pandemia e tendo o evento virtual, tive a oportunidade de ajudar na organização do Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre (FLISoL) em Curitiba.
O FLISoL, ou Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre (também daria um bom nome para uma Feira Lisérgica do Sol 🌞), é um evento que tem como objetivo promover o uso e a difusão de software livre e tecnologias abertas de forma local.
O evento acontece anualmente em diversas cidades da América Latina, e reúne pessoas interessadas em tecnologia, software livre, cultura e conhecimento livre. Também é a oportunidade de qualquer pessoa poder levar sua máquina antiga e tentamos instalar distribuições GNU/Linux nela.
Não é preciso comentar o quanto o ano de 2019 foi ruim para a pesquisa e as universidades brasileiras. Ainda assim, movido por trabalhos anteriores e/ou então pela força do ódio (como foi o meu caso) bons resultados foram gerados neste famigerado ano. Dentro dessa balbúrdia, o streaming livre e o Libreflix fomentaram muitas discussões que eu gostaria de deixar registradas aqui no blog.
Já no meio do ano, em Junho, seguido de muitas conversas prévias e também de importantes desembolamentos que aconteceram na Cryptorave, pude elaborar um documento que apresenta e constrói discussões acerca de um Streaming Livre.
O artigo se chama “Streaming livre: pensando uma distribuição digital do comum na era do streaming” e foi apresentado no I Congresso Internacional sobre o Comum e os Commons, onde recebeu a menção de destaque da seção de Comuns do Conhecimento.
O trabalho ainda está para ser publicado em edições da editora da UCS. Logo que tiver novidades coloco por aqui.
Alguns meses depois, meu orientador na iniciação científica e eu finalizamos um artigo apresentando a plataforma Libreflix e sua arquitetura. O projeto foi apresentando no Workshop de ferramentas dentro do já tradicional - e muito divertido - Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia).
O resultado do artigo, em inglês, pode ser acessado na biblioteca online da SBC. Se estiver fazendo pesquisa, não deixe de conferi-lo e citá-lo. Na página de publicações tem a citação em ABNT e BibTex. o/
Outro trabalho bacana foi produzido pelo Jamerson Soares. O Jamerson é estudante do curso de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Federal de Alagoas. Seu artigo chamado Libreflix: A cultura colaborativa do audiovisual numa plataforma de streaming foi apresentado no 9º encontro de cinema Alagoano, dentro do tradicional Circuito Penedo de Cinema - tudo às mergens do Velho Chico.
Para conferir a pesquisa é só acessar: Link para o artigo.
A distribuição digital do cinema independente e o Libreflix como um meio para isso foram os temas do trabalho de conclusão de curso da Luana Brescovtiz. A Lu é estudante de Comunicação Social lá na Unochapecó e defendeu sua pesquisa agora em Novembro.
O trabalho ainda precisa ser publicado na biblioteca online da universidade, mas assim que disponível atualizo o post com o link.
Outro desdobramento muito bacana que aconteceu ainda esse mês foi o contato do Leonardo Schimmelpfeng, doutorando do programa de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC.
Como parte de sua tese, o Leo coordenará uma equipe para fazer a audiodescrição de algumas obras dentro do Libreflix. Juntos vamos tentar entender alguns desafios de se implementar as faixas de aúdio dentro de players de vídeo na web. O YouTube até hoje, por exemplo, não oferece a possibilidade do uso desse recurso.
O trabalho ainda está em andamento, com previsão para o Leo defender seu doutorado em Março do ano que vem. Logo que tiver mais novidades, trago por aqui também. :)
Criado junto com a internet e com a ajuda dos nossos amigos da baía dos piratas logo me tornei um cinéfilo de carteirinha - devorando filmes e mais filmes e lotando discos rígidos. Estava me apaixonando pela sétima arte e conhecendo o poder do audiovisual; fiz os vídeos da formatura, editei videoclipes para amigos, fiz um curta para o festival de cinema da cidade e quase entrei num curso de cinema depois que terminei o colégio.
O fato é que a gente cresce é o nosso gosto por entretenimento muda também. Queremos mais, queremos pensar junto, queremos ir mais longe. A sétima arte que eu achava que conhecia eram apenas os mesmos filmes hollywoodianos com roteiros da jornada do herói de sempre. Veio a fase de assistir só documentários, do cinema francês, do cinema argentino e latino-americano. Por último, comecei a apreciar os filmes punks de baixo orçamento e de experimentar todas as produções pra lá de independentes que encontrasse na internet. Logo minam as certezas e o que gostamos é jogado em um liquidificador para lá e para cá.
Mas, claro, o problema não mora nos diferentes sabores da arte; a variedade é inerente a sua beleza, mesmo que existam tipos dela mais difíceis de entender que o próprio conceito de cultura.
O problema, a meu ver, é sobre quem a fabrica, e, claro, sobre quem a entrega.